Portos da costa oeste registram volumes recordes em meio a mudanças tarifárias
Ventos alísios tarifários e volumes da costa oeste
A demanda foi sazonalmente forte até maio, quando a curta tarifa norte-americana de 145% sobre as importações chinesas começou a impactar os mercados intermodais. Depois que as tarifas sobre mercadorias da China e de outros países asiáticos foram temporariamente reduzidas por 90 dias, o porto de Los Angeles movimentou 470.450 unidades equivalentes a vinte pés (TEUs) em junho — 10% a mais do que na mesma época do ano passado e um recorde para o mês. Isso representou um aumento de 32% no volume em relação a maio. O porto bateu outro recorde em julho.
Em preparação para um aumento no frete saindo do sul da Califórnia, ferrovias e fornecedores intermodais pré-posicionaram contêineres, e esse buffer de estoque durou até meados de julho. Quando os volumes começaram a aumentar, algumas sobretaxas acima de $1.000 foram anunciadas. Enquanto alguns transportadores suspenderam certos SKUs, outros anteciparam a demanda e quase todos os importadores começaram a reavaliar as estratégias da cadeia de fornecimento.
Tradicionalmente, o pico da temporada intermodal se estende até o final do ano. Salvo mudanças significativas, espera-se que isso se mantenha. No entanto, se os importadores atingirem as metas de estoque mais cedo, uma redução na demanda poderá ocorrer antes do padrão normal.
A Federação Nacional de Varejo (NRF) está prevendo quedas de dois dígitos nos volumes de importação de meados de agosto a novembro. No entanto, muitos remetentes mantiveram os prazos de importação padrão porque seus fornecedores na Ásia não conseguiram aumentar a produção durante a janela de 90 dias que terminou em 1º de agosto ou com base no otimismo de que as tarifas sobre produtos chineses poderiam ser reduzidas ainda mais. Se isso acontecer, os volumes poderão se normalizar em níveis sazonalmente altos, sustentando preços intermodais elevados durante a alta temporada. Isso depende, no entanto, da estabilidade tarifária nos próximos meses.
Oportunidades preventivas de redução de custos
Com previsão de que a alta temporada se estenda até dezembro, qualquer remetente que possa evitar a movimentação de cargas durante esse período provavelmente se beneficiará de custos reduzidos. Se o envio durante o pico for inevitável, decidir com antecedência e fornecer previsões precisas oferece a melhor chance de garantir tarifas competitivas.
Os importadores com compromissos ferroviários anuais se beneficiam da capacidade pré-alocada. É fundamental gerenciar essas alocações de forma eficaz, lembrando que uma remessa ferroviária só conta quando um contêiner está bloqueado no terminal e o volume é reiniciado a cada domingo.
Para importadores com picos sazonais ou picos baseados em projetos, os custos transacionais podem aumentar dependendo do tamanho do aumento. A abordagem mais eficaz para garantir a capacidade spot com a menor tarifa é manter a flexibilidade nas datas de envio e priorizar as reservas no início da semana. As ferrovias costumam reabastecer os contêineres nos fins de semana, criando mais disponibilidade no início da semana. Mudar estrategicamente as coletas de sexta-feira para segunda-feira pode gerar economias de custo notáveis. Também é importante lembrar que as taxas transacionais podem flutuar semana a semana.
Analisando o frete de entrada para o sul da Califórnia, reduções modestas nas taxas pontuais são prováveis no curto prazo, com preocupações mínimas de capacidade. Para faixas intermodais que não tocam a costa oeste dos EUA (USWC), espera-se que os padrões sazonais normais continuem. Alguns mercados menores podem enfrentar restrições de capacidade intermitentes, pois o reposicionamento de contêineres concentra os ativos em corredores de alta demanda.
Perspectiva da taxa intermodal
As transportadoras ferroviárias continuam a alinhar as tarifas spot com o mercado de transporte rodoviário, mantendo os preços próximos do piso enquanto aguardam a recuperação das tarifas rodoviárias. Essa abordagem poderia permitir que eles ganhassem participação de mercado de forma constante.
Fora da Califórnia, espera-se que as taxas à vista permaneçam relativamente estáveis até 2026. Com a contínua incerteza relacionada às tarifas, espera-se que o crescimento do volume intermodal norte-americano permaneça desafiado ano a ano (y/y).
Os preços comprometidos continuam mostrando divergências regionais. As faixas de saída do USWC tiveram aumentos de taxa de dois dígitos em comparação com os benchmarks de março. Em contraste, a maioria das outras regiões está vendo aumentos médios anuais na faixa de 2% a 5%, consistentes com as tendências observadas no início deste ano.
Desempenho do serviço intermodal
Apesar dos volumes elevados, os níveis de serviço intermodais permanecem sólidos, próximos ou pouco abaixo das médias de cinco anos. A rede tem capacidade latente suficiente; o desafio continua sendo posicionar essa capacidade de forma eficiente para atender à demanda. Mesmo com o recente aumento da Califórnia, a escassez de contêineres ou chassis a longo prazo no mercado de Los Angeles não é esperada. Para obter mais informações sobre a disponibilidade do chassi, incluindo a possível escassez de chassis em rampas interiores, consulte a seção Ports & Drayage deste relatório.