Entendendo as cadeias de fornecimento automotivas na região Ásia-Pacífico


A indústria automotiva global está passando por transformações significativas, e a região Ásia-Pacífico (APAC) está liderando essas mudanças. Este guia tem como objetivo fornecer insights valiosos sobre a conjuntura atual da cadeia de fornecimento automotiva na região da APAC, mostrar as principais tendências e desafios e oferecer recomendações estratégicas para transportadoras globais — desde fabricantes de equipamentos originais (OEMs) até fornecedores de primeira linha e do mercado de reposição.

A situação geopolítica atual, marcada por tensões comerciais e alianças inconstantes, revelou as vulnerabilidades das cadeias de fornecimento automotivas tradicionais, resultando em um realinhamento estratégico na região Ásia-Pacífico.

Impulsionada pelo aumento da demanda dos consumidores em economias emergentes e acelerada pelos avanços tecnológicos em automação e conectividade, a cadeia de fornecimento automotiva da Ásia-Pacífico é considerada um palco de disputa por eficiência e inovação.

Muitas empresas do setor automotivo estão priorizando a resiliência, diversificando o fornecimento além das dependências de um único país e investindo pesadamente em centros de produção regionais. Entender as nuances de cada mercado, desde a base de manufatura estabelecida da China até as economias emergentes do Sudeste Asiático, é fundamental para prosperar em um mercado tão competitivo como esse.

Gerando sucesso a longo prazo para um fornecedor automotivo de primeira linha

Desafio: um fornecedor automotivo precisava de uma solução flexível para oferecer uma gestão eficiente de frete.
Solução: a C.H. Robinson implementou uma solução personalizada de gerenciamento de frete, otimizando seus processos logísticos.
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As tendências que impactam as transportadoras automotivas hoje não são incidentes isolados, mas sim forças interconectadas que estão reformulando a conjuntura da manufatura da região e criando tanto desafios quanto oportunidades para as empresas.

Mudanças geopolíticas e impactos tarifários

A China, a principal fabricante de automóveis do mundo e responsável por mais de 32% dos veículos globais1, está enfrentando novas pressões. Historicamente, a vantagem competitiva do país era, em parte, devido aos seus custos mais baixos de mão de obra. No entanto, com aumentos anuais médios de 6 a 8% desde 20212, com cargos altamente qualificados (p. ex., pesquisa e desenvolvimento, técnicos avançados) ultrapassando 10%3, os fabricantes estão buscando ativamente centros de produção alternativos.

E essas mudanças são intensificadas pelo aumento das tensões comerciais. As recentes tarifas impostas pelos EUA sobre importações de automóveis da China, Canadá e México geraram uma instabilidade significativa, elevando os custos de produção e exigindo ajustes estratégicos.

Em resposta, a estratégia "China+1" está sendo cada vez mais adotada. As empresas estão diversificando suas cadeias de fornecimento, estabelecendo ou expandindo operações no Sudeste Asiático e em outras regiões para reduzir os riscos associados a tarifas e restrições comerciais. Essa diversificação estratégica não é apenas uma medida reativa; é uma iniciativa proativa para desenvolver cadeias de fornecimento mais resilientes e adaptáveis, abrindo novos caminhos para transportadoras e provedores de logística.

Adoção de veículos elétricos e colaboração regional

A região da APAC está rapidamente consolidando sua posição como uma potência global de veículos elétricos (EV), e o Sudeste Asiático está liderando esse movimento. As projeções indicam que, até 2025, 30% dos veículos na região da APAC serão elétricos, uma prova do compromisso da região com o transporte sustentável.

Essa transição ambiciosa é impulsionada por um significativo apoio governamental, exemplificado por iniciativas como o programa EV 3.5 da Tailândia e diversos incentivos em toda a Oceania. Essas políticas não só estão atraindo grandes investimentos de participantes globais do setor automotivo, como também estão contribuindo para o crescimento projetado da receita de 1,4% até 2028–2029, atingindo um valor estimado de US$ 185,6 bilhões.5 Embora as tarifas possam alterar os fluxos comerciais, o foco da APAC nas cadeias de fornecimento regionais, na produção local e na diversificação de mercado contribui para seu status de líder em veículos elétricos.

O espírito colaborativo entre os países da região está criando um ambiente favorável para a adoção e fabricação de veículos elétricos. Metas compartilhadas e parcerias estratégicas estão acelerando o desenvolvimento da infraestrutura de estações de recarga, produção de baterias e fornecimento de componentes, criando um ecossistema coeso para o crescente mercado de veículos elétricos.

Reestruturando a manufatura: custos de mão de obra e realocação

Os crescentes custos de mão de obra na China não são apenas um fator financeiro; eles são um catalisador para uma realocação significativa da manufatura. Países como Tailândia, Indonésia e Vietnã estão atraindo investimentos significativos e se transformando em importantes centros de manufatura.

Esta realocação não é apenas uma transferência de capacidade de produção, é um reposicionamento estratégico que aproveita os custos competitivos da mão de obra do Sudeste Asiático, a infraestrutura em expansão e a localização geográfica estratégica.

Essa mudança está redefinindo o papel da região da APAC na indústria automotiva global, indo além da montagem de veículos para incluir a produção de componentes de alto valor e o desenvolvimento de capacidades de fabricação especializadas.

Nearshoring de fabricação automotiva

Desafio: uma empresa líder enfrentava altos custos e ineficiências em suas operações de manufatura na China.
Solução: a C.H. Robinson transferiu suas operações de fabricação para Monterrey, no México, fornecendo uma solução mais competitiva e eficiente.
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A indústria automotiva da região da APAC apresenta um quadro complexo de potências estabelecidas e mercados em rápido desenvolvimento, cada um com pontos fortes e desafios particulares. É fundamental entender as dinâmicas regionais para navegar e capitalizar no crescimento do setor.

Norte da Ásia: influência e tecnologia crescente

A influência da China nas cadeias de fornecimento automotivas globais é inegável. Detendo mais de 65% da produção mundial de equipamentos de baterias de energia e 35% dos displays de veículos, a capacidade de fabricação da China é um elemento central da indústria.6

No entanto, as barreiras logísticas, com custos superiores a 14,4% das despesas com veículos7 (em comparação com 8% na Europa e nos Estados Unidos8, e 5% no Japão e na Coreia do Sul9), representam desafios significativos para as transportadoras que buscam eficiência e custo-benefício.

Por outro lado, a Coreia do Sul aproveita sua vantagem tecnológica, produzindo aproximadamente 3,8 milhões de veículos em 2024.10 O investimento estratégico do país de ₩14 trilhões de KRW (US$ 11 bilhões) para fortalecer sua cadeia de fornecimento, expandir as exportações e desenvolver tecnologias de próxima geração solidifica sua posição como líder em inovação.11

Sudeste Asiático: ambições de manufatura

Impulsionado por políticas governamentais estratégicas e recursos naturais abundantes, o Sudeste Asiático está tornando-se um centro de manufatura fundamental, com a Tailândia liderando a produção ao fabricar 1,5 milhão veículos em 2024.12 Com sua política EV 3.5, a Tailândia já atraiu investimentos significativos de gigantes globais como BYD, Great Wall Motor (GWM) e Tesla.

A Indonésia, aproveitando suas vastas reservas de níquel, também está se tornando um centro crucial, não necessariamente em relação à fabricação, mas de produção de baterias. Incentivos governamentais estratégicos e sua localização geográfica privilegiada estão atraindo os principais fabricantes de baterias para o país. 

Enquanto isso, a Malásia, o terceiro maior produtor automotivo do Sudeste Asiático, teve um volume total da indústria (TIV) recorde de 816.747 unidades em 2024.13 O país está focado no desenvolvimento de uma infraestrutura robusta de estações de recarga de veículos elétricos, estabelecendo as bases para a futura adoção e crescimento de veículos elétricos.

Oceania: Mudanças pós-pandemia e crescimento do mercado de reposição

A indústria automotiva da Austrália está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela recuperação pós-pandemia e pelas novas preferências dos consumidores. As importações, que agora geram AUD 120,6 bilhões (US$ 74,42 bilhões) em receita14, são impulsionadas pela forte demanda dos setores de frete e comercial. 

O aumento da demanda por veículos elétricos e a concorrência acirrada, impulsionada por tendências de sustentabilidade e novas empresas, está transformando o mercado. À medida que os fabricantes globais de automóveis se recuperam da escassez de chips, espera-se que a estabilização dos suprimentos atendam à demanda acumulada, potencialmente prejudicando o mercado do vendedor. Essa mudança pode levar as empresas a reduzir os preços para atrair mais consumidores. As plataformas on-line e as mudanças nos hábitos de compra estão transformando a forma como os carros são adquiridos, permitindo que os consumidores comparem preços e negociem melhores condições.

No entanto, as tarifas de reciprocidade dos Estados Unidos podem aumentar o custo de importação de veículos e peças dos países afetados, potencialmente aumentando os preços para os consumidores e gerando interrupções na cadeia de fornecimento.

O mercado de reposição na Austrália também está experimentando um crescimento importante. Os consumidores estão cada vez mais optando por reparos e modificações, gerando uma alta demanda por peças e acessórios. Essa tendência, combinada com o aumento das importações do Japão, China, Tailândia e Coreia do Sul, está contribuindo para a estabilidade geral do setor. Novas tarifas podem levar os consumidores a buscar alternativas locais ou aumentar a demanda por produtos domésticos. 

Redefinindo as Importações para a Mazda Australia

Desafio: a Mazda Austrália precisava melhorar a eficiência e reduzir os custos de seus serviços de transporte marítimo, aéreo e de despachante aduaneiro.
Solução: s C.H. Robinson implementou uma estratégia logística abrangente, otimizando sua cadeia de fornecimento e simplificando as operações.
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  • Diversificar as cadeias de fornecimento: reduza os riscos geopolíticos ao explorar estratégias alternativas de fornecimento e produção no Sudeste Asiático e em outras regiões.
  • Aproveitar os pontos fortes regionais: aproveite o crescente mercado de veículos elétricos na região da APAC, colaborando com fabricantes locais e investindo em infraestrutura de veículos elétricos.
  • Administrar as mudanças regulatórias: monitore as mudanças nas regulamentações de tarifas e emissões para minimizar os aumentos de custos e as disrupções na cadeia de fornecimento. Adapte suas estratégias de fornecimento para manter a conformidade e a competitividade.
  • Investir em tecnologia avançada: aumente a eficiência, reduza os custos e melhore a visibilidade da cadeia de fornecimento ao adotar soluções de automação, digitalização, IA e IoT.
  • Priorizar o crescimento do mercado de reposição: aproveite a crescente receita do mercado de reposição em regiões como a Oceania, concentrando-se nas vendas de peças e acessórios para atender às novas demandas dos consumidores.
  • Encontrar o provedor 3PL certo: otimize as operações, reduza os custos e ganhe flexibilidade ao trabalhar com um provedor de logística de terceiros (3PL) que ofereça expertise, escala global e soluções escaláveis.
 

A conjuntura automotiva da APAC é um mercado dinâmico, onde é fundamental administrar as complexidades geopolíticas, adotar a inovação dos veículos elétricos e adaptar-se aos locais de fabricação. O sucesso vai muito além de somente compreender essas tendências; ele requer um relacionamento estratégico com provedores de logística que tenham profundo conhecimento regional e uma mentalidade voltada para o futuro.

Neste ambiente, agilidade, resiliência e a tomada de decisões orientadas por dados não são meras palavras da moda, mas sim capacidades essenciais. Escolher o provedor certo — aquele com experiência inigualável, escala incomparável e soluções personalizadas — será o grande diferencial para as empresas que buscam prosperar neste mercado em rápida transformação.

 

Referências de pesquisa
  1. Statista, "Indústria de fabricação automotiva na China: estatísticas e fatos", 4 de janeiro de 2024.
  2. Com base na análise do Relatório de Planejamento Orçamentário Salarial Global de 2024 da WTW, do Relatório de Compensação da Indústria Automotiva da China de 2024 da Career International e de pesquisas do setor. 
  3. Baidu, “Comparação de quadro de funcionários e salários de sete empresas: BYD recruta mais pessoas, GAC aumenta salários e Ningwang oferece boas condições”, 3 de maio de 2024.
  4. IbisWorld, "Indústria automotiva na Austrália: relatório de pesquisa de mercado (2014-2029)", agosto de 2024.
  5. Knowledge Sourcing Intelligence, “Como as baterias de íons de lítio estão impulsionando a revolução dos veículos elétricos”, 12 de agosto de 2024.
  6. Departamento Nacional de Estatísticas da China, "Comunicado estatístico da República Popular da China sobre o desenvolvimento econômico e social nacional em 2024", 28 de fevereiro de 2025.
  7. Guancha, "NIST: relatório anual da economia de manufatura dos EUA 2024", 4 de março de 2025.
  8. NetEase, "Previsão de desenvolvimento e análise de investimento da indústria de logística automotiva da China de 2024 a 2029", 15 de agosto de 2023. 
  9. ReportLinker, "Perspectiva da indústria automotiva da Coreia do Sul 2024–2028". 
  10. Economic Development Board, "Coreia do Sul apoiará o crescimento do setor de componentes automotivos", 31 de maio de 2023.
  11. The Nation, "NPLs geram queda nas vendas e produção de veículos na Tailândia", 24 de dezembro de 2024.
  12. The Star, "A indústria automobilística da Malásia atinge recorde de 816.747 unidades em 2024", 21 de janeiro de 2025.
  13. IBISWorld, "Indústria automotiva na Austrália: relatório de pesquisa de mercado (2014-2029)", agosto de 2024.

 

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